terça-feira, 1 de maio de 2012

3ª Parada

  -  Mas eu acredito que sim. Acho que existem dois tipos de pessoas, que no final das contas são as mesmas. Aquelas que responsabilizam os outros pelo que acontece, e as que se culpabilizam. Em ambos os casos elas se fazem de vítimas.

  -  Hmm. E por que você vê dessa forma?

  -  As pessoas tem o "desejo",  precisam sentir a "sensação" de viver, sabe? E fazem as coisas impulsivamente, sem pensar em consequências. Eu não acho isso errado, longe disso. Mas o problema é que algumas atitudes impulsivas, muitas vezes nos levam pra um desses dois estados que citei.

  -  De arrependimento?

  -  Algo assim. Acredito que é normal, que precisamos passar por certas coisas e realmente sentirmos que crescemos com isso, que amadurecemos. E dizemos "estamos preparados, agora vai ser diferente". Só que nos preparamos para aquela "mesma" situação, e não para uma similar, porém diferente. E aí as coisas acontecem novamente. É como um ciclo de eventos.

  -  E isso te incomoda de alguma forma?

  -  Não. Não sei, acho que incomoda a todos, mas incômodo mesmo é a forma que o vemos. Nós produzimos o incômodo, então ele é do tamanho que a gente criar, simples assim.

  -  Sei.

  -  Algumas vezes criamos algumas "máscaras" pra dizer que esta tudo bem e a vida é bela, mas muitas vezes dizemos isso pra tentarmos acreditar nisso. Não precisamos que o outro saiba se estamos bem ou mal, mas parece que as pessoas necessitam que as outras saibam que elas estão bem, mesmo não estando.

  -  Sim, consegue notar que das outras vezes o assunto era mais centrado em você e com o passar do tempo se prolongou para um "todo"?

  -  Pois é, acho que o problema parece mais "externo" que "interno". Embora o externo seja eu mesmo que crio.

  -  Você cria o que é externo?

  -  Claro. O que acontece com a gente é resposta aquilo que fizemos. Nós criamos as coisas e situações que nos cercam. De que adianta eu ter o melhor pensamento, a melhor inteligência, a melhor das intenções, se eu nunca as coloco em prática? Não somos aquilo que pensamos, somos aquilo que fazemos. Sempre as coisas acontecem e dão certo ou errado, mas sem ser questionada as consequências dela, se serão boas ou ruins? E muitas vezes nós voltamos novamente para o estado de "encontrar um culpado". Só que aí nós nos "auto motivamos" e vamos para as mídias sociais procurar frases estúpidas de outras pessoas pra dizer as minhas convicções e o quanto eu vivo e amo minha vida. Essa necessidade do outro saber como estou se nem mesmo eu sei. Isso é mascarar a realidade pra você mesmo. Isso é idiota.

  -  Você parece ficar muito irritado com isso.

  -  Relaxa, só estou sendo irônico....

Nenhum comentário:

Postar um comentário