Deixei a mensagem em redes sociais, porém esqueci de deixá-la aqui mesmo. E pelo fato de já ser questionado se o último texto "Lembranças", era verídico, então venho deixar a mesma mensagem aqui:
Sou uma pessoa que acredita muito no poder de uma história.
Ela sempre pode trazer um tipo de aprendizado, inspiração, reconforto, o que quer que seja. Mas acredito que ela sempre nos toca de alguma forma. Por isso, posso dizer que sou "razoavelmente" fã de livros (existem suas exceções, claro).
E revendo meus materiais antigos, achei um conto de autoria própria, feito á alguns anos atrás. Sei que não tenho experiência suficiente para esse tipo de trabalho, mas resolvi compartilhar com quem estiver interessado, esse tipo de experiência que eu tive de adentrar no mundo da escrita. Se for legal, beleza. Se for ruim, ok também. Não almejo nada significativo com isso. Mas a quem tiver o interesse, estou compartilhando uma das maneiras de comunicação que mais me fascinam nos dias atuais. Contar histórias.
É uma história. Um conto criado há tempos atrás, que ao vê-lo e relê-lo, não precisei alterar muitas coisas, pois achei que ficou legal da maneira que estava.
Abraços
Rocket man
terça-feira, 1 de outubro de 2013
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Lembranças
15 minutos, mas
parecem 3 horas, ou até três dias.
Sabe quando você simplesmente perde a
noção do tempo e parece que ele não passa? Ou quando você emerge em
pensamentos e o tempo parece parar para poder acompanha-los? Eu acho que
isso esta acontecendo comigo hoje .
“Hoje você acordou
com a pulga atrás da orelha” ela me
diria “Você as vezes vive mais no outro mundo do que nesse” .
Eu realmente
costumo viajar em pensamentos , sinto que quando estou mal , viajo para um outro mundo em minha mente. Um mundo do qual eu
posso fazer tudo o que tenho vontade, um onde consigo fazer a frustração não
existir. Nunca digo isso abertamente a ninguém, porque dá uma sensação de
fuga, de falta de coragem da realidade, mas ela de alguma forma sabia, e eu
não me sentia um fraco perto dela.
Levantei da cama
pela manhã e cheguei até o banheiro. Só nessa caminhada minha mente foi para
mais de mil lugares diferentes. Sabe aquela sensação de que parece que você
revive tudo em poucos segundos? Flashes, eu acho.
Lembro da primeira
vez que nos conhecemos. Um dia normal na concepção de muitos, só não na nossa, sempre é assim nessas histórias.
Fui ao mercado
para fazer as compras semanais aqui de casa, o que geralmente se resume a
enlatados e coisas fáceis de esquentar, já que não sou um verdadeiro gourmet
na cozinha. Peguei uma fila enorme no caixa, aquelas das quais você pensa
duas vezes em devolver tudo e voltar outra hora, mas fui persistente em atura-la por um tempo, senão minha janta seria baseada em pão velho com qualquer
meleca grudada na porta da minha geladeira.
No corredor do
caixa vi em uma prateleira o “ultimo” livro de Shopie Kinsella. Confesso que
nem me recordo o nome já que geralmente seus livros tem nomes comuns até demais, ou nome de comida. Peguei um e pensei em presentear minha mãe com esse. Dica: se você quer impressionar uma mulher, dê a ela esses tipos de livros,
romances bobos e açucarados fazem elas se derreterem por você. A única coisa
que precisa esconder, de certa forma com uma força descomunal, é o que você
realmente pensa com relação a essas histórias.
Não demorou muito
até chegar a minha vez no caixa e estava pronto para correr depois de pagar
para não perder o jogo na TV, porém, a ironia sempre acontece nessas horas,
o caixa não tinha troco, ou seja, luzinha vermelha ligada até alguma pessoa
do balcão escondido provavelmente do outro lado do mercado, traga dinheiro
para poder ser trocado.
Nesse tempo uma
mulher que se encontrava atrás de mim na fila me olhou e perguntou intrigada
“Você tem mesmo coragem de ler esse livro ?”. Olhei para ela e, não
pretendendo dar muitas explicações, disse que era uma leitura descontraída,
nada muito pesado ou que fizesse você pensar muito pra ler. “Você não precisa
pensar muito pra ler Sthepen Spignesi também e eu te garanto que é bem melhor
que esses romances de mulheres melosas , toma pega esse aqui” um livro pequeno
com uma figura de uma menina na capa, mostrando seu rosto através de uma porta
entreaberta “Dia de Eutanásia”. Interessante você me recomendar isso, disse a
ela, não achava que vocês gostavam de histórias com um certo tom “pesado”
talvez.
“Você é que talvez
não conheça as mulheres certas”
Realmente isso foi
uma atitude que me impressionou. Acabei comprando os dois livros e antes de
sair. Dei o da Sophie Kinsella a ela e disse que ela lesse e me dissesse se a
opinião dela continuaria a mesma depois de ler. Algumas pessoas sempre caem em
contradição depois, adoro causar isso simplesmente pelo conforto de vê-las,
mudarem suas opiniões por vezes sem nem notar. Claro que nesse tempo trocamos
telefones para ela me dizer depois o que achava.
O que aconteceu
depois foi que realmente o livro que ela me recomendou era bom, só o final que
de certa forma não foi um primor, mas o caminho que ele leva vale bem a pena
as horas perdidas de leitura. E ela realmente detestou o outro livro, de
certa forma gostei disso.
Alguns encontros e
conversas depois e começamos a namorar, e com o passar do tempo a dividirmos o
mesmo teto. Mas isso não vem totalmente ao caso agora, a única coisa que
consegui lembrar com clareza absoluta no caminho ao banheiro foi desse momento, da primeira vez que nos conhecemos.
Não dividíamos a
mesma escova, já que eu achava isso uma coisa muito pessoal. Ela costumava me
chamar de “excluído” da sociedade por
não gostar de interagir com os outros normalmente, eu perguntava "por que isso, só por causa da questão da escova?" E ela retrucava “São nos pequenos
detalhes que percebemos realmente como as pessoas são”. Sempre com aquele
olhar malicioso e irresistível que fez eu me encantar por ela.
Não sei ao certo
quanto tempo fiquei escovando os dentes ou dando uma mijada. Minha mente ficou
em branco nesse momento, aquele tempo no qual não parece estarmos em nosso
corpo, só agindo automaticamente.
Saí e fui até a
cozinha, do mesmo jeito que a havia deixado na noite anterior. Alguma geléia viscosa, pingando do pano da mesa no
chão, a pia suja com pratos e copos, talvez até alguns animais mortos por
tanta sujeira. Devem ter pego alguma infecção nos talheres podres.
Na mesa da cozinha
temos um enorme cisne de porcelana no meio. Compramos em conjunto, cada um ajudando
a pagar, foi uma certa excentricidade o valor que pagamos, mas confesso que
com relação a isso eu não me importava .
Gostávamos de ir a
um parque não muito longe de casa, sentávamos na beira do gramado, as vezes
com alguma cesta de piquenique, e observávamos as famílias de cisnes passeando
pelo lago.
A mãe na frente,
sendo acompanhada pelos filhotes logo atrás, andando em fila e em forma de
escadinha. Era engraçado ver.
“Eles parecem tão
calmos, andam sem preocupação como se nada os pudesse parar, o mundo deles
parece feliz, sabe por que ?” Não. “Porque eles não o complicam”. Não entendi
direito . “Eles tem o seu modo de viver, se você observar bem todos eles sabem
o que fazer, seguem seus pais , brincam na água a mãe lhes da o que comer
quando não podem se alimentar, de certa forma eles agem como nós na infância,
só que eles pulam as fases seguintes, eles não complicam as próprias vidas como
todos nós fazemos.”
Eles não tem uma
mente tão evoluída como a nossa pra sentirem tudo o que sentimos e entenderem
tudo o que entendemos. “Isso é talvez uma dádiva que eles tenham. Nós podemos
ter uma evolução maior mas, por muitas vezes agimos mais idiota do que eles, seres não tão evoluídos. Acho que esse talvez seja o nosso problema, pensamos
demais nas coisas, ou em alguns casos de menos”.
Isso realmente me
fez pensar. Aquele lago verde trás uma enorme sensação de calma e se pensarmos
numa família de cisnes, ou aves semelhantes, geralmente é nessa imagem que os
vemos, um lago, aquela sensação de paz. Se pensarmos em leões também os vemos
em uma imagem que os liga a savana, matas altas, secas. Cada animal tem o
seu ambiente natural. Mas se você nos observar, os humanos, os “seres
evoluídos”, estamos desde mansões em lugares luxuosos, belas praias, até em
cima de um morro, em uma casa de barro, correndo riscos de vida só por estarem
vivos. Realmente nós não somos os mais inteligentes nessa equação.
Por isso decidi
por esse cisne aqui, para lembrarmos que mesmo na pior situação que
estivermos, sempre podemos manter a calma, porque no fundo não são os outros ou
alguma força de fora que complica nossa vida, somos nós mesmos.
Pego um pacote de
bolacha aberto no armário e como algumas, acompanhadas de um belo copo de água
da torneira. Estou comendo só por comer agora .
Volto ao quarto e
vou até a nossa cômoda onde tem uma gaveta com um pedaço enorme de papel colado
escrito “recordações”.
Tudo o que
fazíamos guardávamos aqui para relembrarmos sempre. Desde nossas fotos em
viagens, cartas escritas um ao outro nos momentos que não podíamos estar
juntos, até nossos ingressos pra cinemas e festas.
Ergo as minhas
mãos e seguro as duas alças da gaveta. Tudo isso em um tempo que pareceu maior
que os anteriores. Se temos a sensação de que o tempo simplesmente para, essa
foi uma dessas sensações, só que numa escala elevada a dez .
Sinto uma pequena
vertigem de simplesmente estar em pé agora. Minha mente viaja para vários
lugares e eu me lembro.
Depois de algumas
semanas muito ruins, eu a recomendei irmos ao médico. Depois de alguns exames
o médico vai te receitar algo e você vai ficar bem logo, você vai ver. Aí
faremos aquela viagem pra casa de campo dos seus pais e vou faze-la ser inesquecível para nós.
Alguns exames, e
depois de uma longa conversa com o médico, descobrimos qual era o seu problema, câncer de pulmão em estado avançado.
Um baque surdo,
do qual sentimos um peso enorme dentro de nós e ficamos sem reação. Ela chorou
muito aquele dia e tudo que podia fazer
era reconforta-la. Não podia me permitir mostrar dor perto dela , ela já
tinha o suficiente pra muitas pessoas. Mas nas noites seguintes, enquanto ela
dormia, eu ia ao banheiro e deixava as lágrimas correrem por algum tempo.
Isso não podia estar acontecendo. Por que?
Minha mente
retorna ao ponto que estou, minhas mãos segurando firmemente as alças da
cômoda enquanto a vertigem vai passando aos poucos. Porém os olhos começam a
lacrimejar, perco novamente o equilíbrio e me ajoelho no chão. "Por que?"
Algumas semanas
depois ela não resistiu e acabou falecendo. Era uma coisa da qual ela estava se
preparando desde o diagnóstico do médico. Ela havia escondido de mim que os
sintomas eram muito piores do que parecia. Suas perdas de fôlego repentinas e
os inchaços no rosto me preocupavam, mas ela sempre dizia que era alguma
alergia ou cansaço. Ela sempre passava tempo demais no banheiro as vezes. Claro que não era uma coisa que me preocupava. Mas provavelmente nesses
momentos ela devia estar escarrando sangue. Lembro que muitas vezes via papéis
manchados de vermelho no banheiro, muito mais do que um simples descuido na
menstruação mensal.
A primeira
sensação que tive foi de negação. Aquilo não podia estar acontecendo,
provavelmente era só um sonho ruim daqueles que parecem muito reais e você
espera o momento de acordar e ver que tudo era só uma ilusão. Que logo ela
estaria a sua cama com o café da manhã, naquele típico clichê de comercial de
margarina.
Depois a sensação
de um baque vazio, a sensação de estar preso em algum lugar e querer sair a
todo custo, mas nada que você faça te tira dali.
A terceira
sensação foi de ódio. Como Deus podia permitir que uma pessoa tão boa e especial
fosse desse jeito enquanto outras, que merecem destino muito pior, estão por aí
se gabando da boa vida que tem? Isso
foi o sentimento que me levou por muito tempo. Porém, a noite enquanto me
revirava na cama sozinho, sem sono, sem vontade de nada ela vinha e
conversava comigo. Talvez naquele mundo imaginário no qual costumo viajar para
fugir das frustrações da vida.
“Nosso maior
problema é as vezes pensar demais nas coisas e complicamos o que pode ser muito
simples”
O que seria simples nisso? Te perder e aceitar como uma coisa normal? Esquecer tudo o que passamos
juntos e seguir adiante como se nada tivesse acontecido?
“Simples se afogar
somente nos piores sentimentos e com o tempo esquecer o que foi bom, o tempo
que tivemos juntos. Foi eterno? Não! Foi importante e especial? Muito! Você
complica isso se martirizando só pela sensação de perda, mas não houve ganho
nisso? Nada de bom que você possa erguer a cabeça e seguir adiante com
felicidade? O pouco tempo que ficamos juntos será eterno em algum lugar, em
algum “tempo”. Sua vida não acabou, a minha também não, ela só vai acabar
quando você desistir de tudo e se deixar levar pelo sentimento eterno de
solidão que você pode carregar agora. Esse sempre é o caminho mais fácil. Mas
eu sei que você pode superar isso, porque eu posso não estar em presença, mas
estarei sempre em espírito com você”
A dor é
mortalmente horrível. Todos os dias tento me agarrar a essas palavras e me
erguer, mas Deus ... é tão difícil. Juro que tento, a todo o instante. Sei
que ela esta ao meu lado agora e me ajudando a superar isso. Sei que algum dia
vou conseguir olhar pra trás e ver a felicidade que tivemos acima de todos os
sofrimentos que passamos.
Aquela gaveta vai
continuar intacta, sem nem ser aberta por um bom tempo, não vai ser agora que
eu tomarei coragem em abri-la e retomar essas lembranças com coragem e alívio. Talvez precise de mais alguns anos. Mas juro que vou estar sempre tentando. E sei que um dia conseguirei superar isso, porque sei que você vai estar
sempre comigo me protegendo e me dando confiança para seguir em frente.
Obrigado por tudo!
sábado, 23 de março de 2013
A "Indignação" alheia.
"Absurdo, Inúteis, Covardes, Idiotas, Monstros, Assassinos"
Essas palavras vemos constantemente escritas ou ditas através de mídias ou redes sociais quando algo "absurdo" acontece e vira parte de nossa rotina do dia a dia.
Um dos casos mais falados atualmente é do motorista que atropelou o ciclista na Avenida Paulista, mas também já tivemos da enfermeira que trocou os soros, da médica que "desligava" o equipamento dos pacientes, do menino que batia nos cães no pet shop, os torcedores presos em outro país acusados de assassinar a criança na Bolívia, ou o menor que assumiu a culpa. Do padre da cidade x que abusava de crianças, do motorista que atropelou o pedestre, etc, etc, etc.
Fatos ocorreram, o ciclista perdeu o braço depois de ser atropelado, a criança e os idosos morreram nos hospitais, nas ruas, nas casas, nas cidades. E de acordo com as leis, as pessoas devem pagar pelo que fizeram.
Uma outra notícia diz que um acusado de assassinato foi inocentado depois de 23 anos preso por um crime que não cometeu. E existem várias situações em que foi comprovada inocência de diversas pessoas depois de pagarem pelo crime.
Porém, a sociedade julga, condena e mata.
Todos devem pagar pelo que fizeram isso é mais do que o correto. Mas poucos param para ver as condições que levaram algo a acontecer. Um dia estressante em casa, com a família, com os colegas, com o trabalho. Quem é essa pessoa que estou condenando através do boca a boca?
Porque o que acontece hoje em dia é que vivemos em uma sociedade doente. Stress em todos os lugares. Trabalhadores procurando auxílio psicológico em virtude das condições que vivem dentro do ambiente de trabalho, crianças largando os estudos por causa do bullying de seus colegas. Pessoas indo as drogas para fugir da realidade que vivem hoje em dia.
Nós não fazemos parte, a minima que seja, disto? Será que nós, pais e mães , não demos exemplo a nossas crianças? Será que nós professores não vimos e não fizemos nada para mudar a conduta de algum aluno? Será que nós superiores, coordenadores ou chefes, demos condições necessárias a nossos funcionários no ambiente de trabalho? Será que eu, amigo, colega não dei nenhum exemplo para impedir que a pessoa ao meu lado evitasse um surto ou eu mesmo já não estava inserido em meu próprio?
Paramos para julgar o ser humano e não o fato ocorrido. É muito fácil dizermos para os outros sobre a índole de uma pessoa, mas não estamos fazendo, independente de escalas, a mesma coisa? Falamos tanto que as outras pessoas estão cuidando de nossas vidas quando fazemos algo, mas julgamos na mesma proporção quando outra pessoa o faz. As pessoas que mais se chocam e falam sobre esses "monstros" que cometem atos são as primeiras que em uma roda de amigos ou nas redes sociais reclamam do que falam dela.
E a sociedade é forte. Mesmo se uma pessoa for comprovada inocente ou culpada de algo, o peso que a sociedade aplicou nela já a deixará marcada para sempre.
A sociedade julga, sim. Condena, sim. Mata, sim. Não me isento em alguma situações, mas todos somos responsáveis pelos acontecimentos citados. E condenamos esses porque houveram manchetes, mas e todos os outros que acontecem diariamente? Na surdina, alguém tirando proveito de algo ou de uma posição em seu trabalho, pegando algo em sua casa, querendo ser popular e "malandro" com os amigos. Não é diferente. Só não recebem os holofotes para terem a "condenação" em grande escala.
Nenhum desses casos me diz respeito, que a justiça seja feita e o fato que aconteceu seja julgado da maneira mais correta. Mas não posso condenar a pessoa, não conheço nenhuma delas.
Se eu quiser que algo aconteça tenho que começar a mudança por mim mesmo. Sejamos o espelho do que queremos que o outro seja. Vamos dar o exemplo. E não simplesmente acompanhar "indignados" os fatos sendo que eu continuo contribuindo para esses ou outros.
"Sejamos a mudança que queremos ver no mundo"
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Vida Líquida
"A Vida Líquida é uma vida precária, vivida em condições de incerteza constante. As preocupações mais intensas e obstinadas que assombram esse tipo da vida são os temores de ser pego tirando uma soneca, não conseguir acompanhar a rapidez dos eventos, ficar para trás, deixar passar as datas de vencimento, ficar sobrecarregado de bens agora indesejáveis, perder o momento que pede mudança e mudar o rumo antes de tomar um caminho sem volta. A Vida Líquida é uma sucessão de reinícios, e precisamente por isso é que os finais rápidos e indolores, sem os quais reiniciar seria inimaginável, tendem a ser os momentos mais desafiadores e as dores de cabeça mais inquietantes. Entre as artes da vida Líquido-Moderna e as habilidades necessárias para praticá-las, livrar-se das coisas tem prioridade sobre adquiri-las"
Texto de:
Vida Líquida, Zygmunt Bauman
sábado, 11 de agosto de 2012
Pai
Acima de tudo. O topo do arranha-céu, o cume da montanha, o maior dos gigantes.
Nossa referência desde muito antes de sermos pequenos. Éramos, literalmente, parte dele antes de nos tornarmos algo a mais.
Super-Homem e sua capacidade de voar? Hulk e sua incrível força? Os heróis japoneses e suas incríveis armaduras? Sim, eles eram nossos heróis, nossos heróis imaginários, de uma infância onde tudo é possível, onde os sonhos são reais e nada, literalmente nada, pode nos machucar. Os heróis existem para nos mostrar isso.
E qual maior herói do que aquele que nos deu a possibilidade de viver isso? De sentir e acreditar no "irreal"? Somente o real nos da segurança e possibilidades pra podermos sonhar. Se nossos heróis de agora são esses, se nossos sonhos de adultos existem, foi porque o "pai" desses heróis nos deu alicerce pra isso.
Hoje, somos o que somos porque ele estava lá quando você precisou, te deu a mão quando você caiu, te destruiu quando você achou que estava além de qualquer coisa. Que acertou quando precisava e errou quando precisava também. Ora, para a perfeição existir, ela teve que descobrir o que era o erro. E mesmo não cometendo-o novamente nunca será livre de que algo novo a faça se aprimorar.
Hoje, somos o que somos por causa dele. Alegre, triste, feliz, bravo,ao seu lado, ausente. Não teríamos nunca a possibilidade de sonhar e almejar o que quer que temos hoje ou queremos para amanhã, se ele não nos desse essa oportunidade.
Agradeço ao presente por tê-lo aqui comigo. Ao ausente, por ter me dado a oportunidade. Ao biológico por ter dado a vida, ao que escolhemos por coração a ser o nosso.
Não importa qual seja, se aqui em terra ou no céu. Se físico ou espiritual. Se um ou muitos. Pai, você é o verdadeiro herói. O pai de todos os que idolatro, pois sem você eles jamais existiriam.
Com amor.
Seu maior fã.
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